Raquel Negrão; Marta Moraes. 2019. Plinia edulis (MYRTACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: BAHIA, Municípios de Ibirapitanga (Lucas 1202), Jussarí (Sant'Ana 1100), Una (Mattos-Silva 3890); ESPÍRITO SANTO, Município de Santa Teresa (Lucas 786); MINAS GERAIS, Municípios de Faria Lemos (Leoni 7056), Monte Belo (Vieira 231); RIO DE JANEIRO, Municípios de Magé (Guedes 67), Paraty (Borges 51), Rio Bonito (Faria et. al. 3004), Rio Claro (Pereira 46), Rio de Janeiro (Giaretta 1467), Silva Jardim (Luchiari 783); SANTA CATARINA, Municípios de Blumenau (Sevegnani S/N), Jaraguá do Sul (Oliveira 2643); SÃO PAULO, Municípios de Ubatuba (Filho 34750).
Árvores de 20 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Ocorre em Floresta Ombrófila Densa, nos domínios da Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Popularmente conhecida por cambucá, foi coletada nos estados de São Paulo, no município de Ubatuba; do Rio de Janeiro, nos municípios de Magé, Paraty, Rio Bonito, Rio Claro, Rio de Janeiro e Silva Jardim; do Espírito Santo, no município de Santa Teresa; de Minas Gerais, no município de Faria Lemos; de Santa Catarina, nos municípios de Blumenau e Jaraguá do Sul; e, recentemente foram consideradas as coletas no estado da Bahia, municípios de Ibirapitanga, Jussarí e Una. Apresenta AOO= 92 km² e até dez situações de ameaça. Em estudo fitossociológico foram encontrados três indivíduos da espécie em uma parcela de um hectare em Floresta Ombrófila Densa Submontana no Parque Estadual da Serra do Mar, no estado de São Paulo (Rochelle et al. 2011). É considerada uma espécie rara (Souza, 2009), por apresentar distribuição geográfica restrita, especificidade de habitat e baixa densidade populacional (Caiafa e Martins, 2010). O desmatamento e a pecuária (Lapig, 2018; SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019) são os principais responsáveis pelo declínio de EOO, AOO, qualidade do habitat e de subpopulações. A espécie foi considerada “Vulnerável” (VU) em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (MMA, 2014). A revisão de coleção e inclusão de novos registros aumentou os valores de distribuição da espécie, porém não houve alteração dos limiares de risco da categoria (VU), quando acessada pelo critério B2. Três dos estados de ocorrência da espécie (Minas Gerais, Bahia e Santa Catarina), foram reportados entre os cinco estados que ainda não conseguiram sustentar o compromisso de desmatamento zero para o Bioma Mata Atlântica, apresentando taxas de desmatamento inaceitáveis, acima de 1000 ha no período de 2017-2018 (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Portanto, a avaliação da espécie foi mantida na categoria “Vulnerável” (VU), em razão de distribuição restrita associada a declínio por causas não cessadas. A espécie não apresenta dados populacionais atuais e ocorre em seis Unidades de Conservação de proteção integral. São necessárias ações de pesquisa (para atualização da informação sobre tamanho e tendências populacionais), monitoramento das populações encontradas mais recentemente e ações de conservação (programas de conservação ex situ).
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Vulnerável" (VU) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após 5 anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | VU |
Espécie descrita em Bol. Mus. Bot. Mun. (Curitiba) 63: 2 (1985). Nome vulgar: cambucá (Souza 643).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | locality,habitat | past,present,future | regional | high |
O município de Ibirapitanga (BA), com 95.437 ha, contém cerca de 57,81% de sua área convertida em pastagens (Lapig, 2018). O município de Jussari com 32919 ha tem 53% de seu território (17310 ha) transformados em pastagens (Lapig, 2018). O município de Una com 122171 ha tem 8,1% de seu território (10194 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Santa Teresa com 68315 ha tem 12,3% de seu território (8449 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Faria Lemos com 16522 ha tem 55% de seu território (9151 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Monte Belo com 42128 ha possui 41% de seu território (17192 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2019). O município de Rio Bonito com 45645 ha tem 48% de seu território (22118 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Rio Claro (RJ) com 83726 ha possui 36% de seu território (30249 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2019). O município de Silva Jardim com 93754 ha tem 30% de seu território (27346 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | locality,habitat | past,present,future | regional | high |
O município de Ibirapitanga com 44726 ha possui 4752 ha que representam 10% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Jussari com 35685 ha possui 1611 ha que representam 4,5% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Una com 117174 ha possui 44914 ha que representam 38% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Santa Teresa com 68316 ha possui 13933 ha que representam 20% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Faria Lemos com 16522 ha possui 2035 ha que representam 12% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Monte Belo com 42128 ha possui 2644 ha que representam 6% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Magé com 38850 ha possui 14643 ha que representam 37% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Rio Bonito com 45646 ha possui 7296 ha que representam 16% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Rio Claro com 83726 ha possui 34473 ha que representam 41% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019)O município de Silva Jardim com 93755 ha possui 32424 ha que representam 35% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019) | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1 Land/water protection | on going |
A espécie ocorre no Parque Estadual da Serra do Mar, SP (Rochelle et al. 2011), Parque Nacional da Tijuca (Giaretta 1467), no Parque Estadual da Pedra Branca, na Reserva Biológica de Poço das Antas, RJ (Luchiari 783), Reserva Ecológica da Juatinga, RJ (Borges 51), Estação Biológica de Santa Lúcia, ES (Lucas 786). |
Ação | Situação |
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5 Law & policy | on going |
A espécie é considerada Vulnerável (VU), segundo a lista das espécies da Flora ameaçadas de extinçãono estado de São Paulo (SMA-SP, 2004). A espécie foi avaliada como "Vulnerável" (VU) no Livro Vermelho CNCFlora 2013 e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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1 Land/water protection | needed |
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território Espírito 32 - 33. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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1. Food - human | natural | fruit |
Os frutos da espécie são comestíveis, mas de difícil comercialização (Souza, 2009). A espécie é bastante cultivada em algumas regiões devido aos seus frutos comestíveis, mas a frutificação só ocorre com mais de 10 anos (M. Souza, comunicação pessoal). |